sábado, 29 de janeiro de 2011

TRAUMA ACÚSTICO

por Francisco "Kiko" Paiva
FORMAÇÕES:
1995/1996 - Kiko baixo - Kid vocal - Alisson guitarra - Marquinhos bateria
1996/1998 - Kiko guitarra - Kid vocal - Agnaldo baixo - Marquinhos bateria
1998/2000 - Kiko guitarra - Kid vocal - Ivan baixo - Lelé bateria

INICIO: Em 1995, o Bar do POTIGUÁ, Rua Recife, 34, era considerado por muitos um autêntico boteco rock'n'roll, como muitas outras bandas que ali se formaram o TRAUMA ACÚSTICO teve seu inicio neste local, entre um gole e outro de cerveja, ficavámos planejando nossa própria banda. Eu o Kid e o Alisson, já tinhamos a pira de ter uma banda de grindcore; encontravámos nos finais de semana, no Potiguá, cada um levava sua própria fita K7 com as músicas favoritas para ouvir, era só chegar e colocar a fita na fila de espera, e em uma destas esperas, conhecemos o Marquinhos, baterista, depois de muitas cervejas e ouvir muitas "fitas", marcamos o PRIMEIRO ENSAIO.

ENSAIOS: O estúdio era na casa do Marquinhos, onde já ensaiava o ROTTEN ANGER, tocávamos covers de várias bandas hardcore aquelas que tinhamos como as favoritas: OLHO SECO, EXTREME NOISE TERROR, DOOM, isso até a gente começar a produzir nossas próprias músicas.

GRAVAÇÕES: Em 1996, gravamos a primeira, DEMO TAPE, no estúdio TINO SOM, era um estúdio totalmente analógico, gravamos e mixamos em um GRAVADOR DE ROLO, o som ficou muito bom, foi uma experiência de loucura e expectativa, por ser a primeira gravação e a realização de um trabalho, após um longo período de ensaios. Em 1997 gravamos nosso primeiro LP, um vinil split, GOODBYE TO INOCENCE com a banda Japonesa UNHOLY GRAVE, as gravações e mixagem foram feitas no estúdio GARAGEM HERMETICA, e a distribuição foi feita pelo ABSURD records, em 2000 lançamos o EP, ONE MORE BEAUTIFUL BANKET FOR DE WORMS, depois do lançamento, cada um decidiu seguir caminhos diferentes, fazer outros projetos e assim dar um tempo com a banda. No ano de 2001, resolvemos voltar com outra formação: Kid vocal, Lelé bateria, Cebola guitarra e Gustavo no baixo, depois de alguns shows com esta formação, não demorou e resolvemos parar com a banda.

SHOWS: Foram seis anos de Trauma Acústico tivemos a oportunidade de tocar com várias bandas, mas o show que realmente ficou marcado foi no FESTIVAL na ULES em 20/09/1997, com participação de nomes conhecidos do grindcore nacional, ABUSO SONORO; SUB CUT; ROT; e a banda alemã ENTRAILS MASSACRE, tocou para fechar o massacre sonoro que foi este festival, tudo organizado por CIBIÉ produções, nunca assisti estas imagens, agora vou ter a oportunidade de recordar.

ULES - 20/09/1997
Acervo - Valquir Fedri



ULES - 20/09/1997
Acervo: Valquir Fedri

Foto: formação 1996/98 - Kid vocal - Agnaldo baixo - Marquinhos bateria - Kiko guitarra
Local: Gustavo's Bar hoje Bar do Potiguá - Av Celso Garcia Cid - Centro.

agradecimentos:
Regina Fedri - pela edição do texto
Juan Diaz - pela digitalização dos videos.

domingo, 2 de janeiro de 2011

ELES

por Fábio César Alves da Cunha

O ANO ERA 1992, estávamos mais uma vez entrando em uma década com recessão, inflação, desemprego e pra ajudar tínhamos um presidente playboy e irresponsável que confiscou a caderneta de poupança da população, enfiou o país numa crise política e econômica terrível e estava envolvido até o pescoço num escândalo de corrupção. O reflexo disso tudo era a piora nas condições de vida. Para nós alunos recém formados ou formandos da UEL, as perspectivas eram trágicas, muitos amigos estavam, indo pra Europa, principalmente, Espanha e Inglaterra. Para ajudar o Restaurante Universitário havia fechado há pouco tempo e toda aquela galera que dependia dele teve que se virar de algum jeito. Foi assim que instituímos o rango coletivo: uma “vaca”, uma compra no sacolão e um rango na casa de amgios. Foi num desses rangos que tive a idéia de fazer um curta, a história foi surgindo na cabeça, o Guto que é meu parceiro no roteiro e direção, concordou prontamente e inseriu vários elementos. Praticamente o roteiro estava pronto no final do rango coletivo. Só faltava o mais importante: a câmera. Resolvemos isso emprestando a câmera da mãe da Maria Amélia, a Dona Chams, o elenco foi parte da galera, Maria Amélia (Psicologia), Luciana, Guto e o Dí (Jornalismo e Relações Públicas), e Eu da Geografia. Os sets de filmagens foram as repúblicas: do Guto (na Paranaguá), do Dí (na Guararapes), o lugar hoje é um esqueleto de concreto de um edifício não acabado, e do Valquir, no velho edifício José Dias Aro, que fica na Rua Benjamim Constant, ao lado do Lojão Oba Oba, as locações se encaixavam perfeitamente no roteiro. As filmagens foram realizadas em duas manhãs de sábado, o ainda novo, Chevette da Maria Amélia, fez grande parte do transporte. O curta foi finalizado no NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) da UEL. Os técnicos tiveram muita paciência para nos aguentar, ainda mais que foi tudo de graça. O custo do curta ficou praticamente em torno do valor de duas fitas virgens VHS, provavelmente um dos curtas mais baratos do mundo. Coincidentemente logo tivemos a primeira mostra de vídeo de Londrina, o curta foi inscrito e apresentado na Associação Médica e na UEL para um crítico especializado que veio especialmente para o evento, o parecer dele: “Vocês conseguiram fazer algo”... Talvez o que mereça destaque no curta ELES seja a violência que abala uma família da periferia, o roteiro traz uma surra, um suicídio e um homicídio em apenas 7 minutos, isso tudo três anos antes do Pulp Fiction de Tarantino. Para nós apenas mais um retrato do tempo que vivíamos.

LUCIANA PENA EDMILSON MOLINA MARIA AMÉLIA MELO EM “ELES”
Trilha Sonora: MARISA MONTE JOE JACKSON THE LOUNGE LIZARDS PINK FLOYD THE DOORS Técnico de Edição: CELSO Técnico de Som: VALDECIR SALVI Contra Regra: DECA VIDAL Direção e Roteiro: FÁBIO CÉSAR ALVES DA CUNHA E MÁRCIO AUGUSTO ROCHA