por Fábio César Alves da Cunha
O ANO ERA 1992, estávamos mais uma vez entrando em uma década com recessão, inflação, desemprego e pra ajudar tínhamos um presidente playboy e irresponsável que confiscou a caderneta de poupança da população, enfiou o país numa crise política e econômica terrível e estava envolvido até o pescoço num escândalo de corrupção. O reflexo disso tudo era a piora nas condições de vida. Para nós alunos recém formados ou formandos da UEL, as perspectivas eram trágicas, muitos amigos estavam, indo pra Europa, principalmente, Espanha e Inglaterra. Para ajudar o Restaurante Universitário havia fechado há pouco tempo e toda aquela galera que dependia dele teve que se virar de algum jeito. Foi assim que instituímos o rango coletivo: uma “vaca”, uma compra no sacolão e um rango na casa de amgios. Foi num desses rangos que tive a idéia de fazer um curta, a história foi surgindo na cabeça, o Guto que é meu parceiro no roteiro e direção, concordou prontamente e inseriu vários elementos. Praticamente o roteiro estava pronto no final do rango coletivo. Só faltava o mais importante: a câmera. Resolvemos isso emprestando a câmera da mãe da Maria Amélia, a Dona Chams, o elenco foi parte da galera, Maria Amélia (Psicologia), Luciana, Guto e o Dí (Jornalismo e Relações Públicas), e Eu da Geografia. Os sets de filmagens foram as repúblicas: do Guto (na Paranaguá), do Dí (na Guararapes), o lugar hoje é um esqueleto de concreto de um edifício não acabado, e do Valquir, no velho edifício José Dias Aro, que fica na Rua Benjamim Constant, ao lado do Lojão Oba Oba, as locações se encaixavam perfeitamente no roteiro. As filmagens foram realizadas em duas manhãs de sábado, o ainda novo, Chevette da Maria Amélia, fez grande parte do transporte. O curta foi finalizado no NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) da UEL. Os técnicos tiveram muita paciência para nos aguentar, ainda mais que foi tudo de graça. O custo do curta ficou praticamente em torno do valor de duas fitas virgens VHS, provavelmente um dos curtas mais baratos do mundo. Coincidentemente logo tivemos a primeira mostra de vídeo de Londrina, o curta foi inscrito e apresentado na Associação Médica e na UEL para um crítico especializado que veio especialmente para o evento, o parecer dele: “Vocês conseguiram fazer algo”... Talvez o que mereça destaque no curta ELES seja a violência que abala uma família da periferia, o roteiro traz uma surra, um suicídio e um homicídio em apenas 7 minutos, isso tudo três anos antes do Pulp Fiction de Tarantino. Para nós apenas mais um retrato do tempo que vivíamos.
O ANO ERA 1992, estávamos mais uma vez entrando em uma década com recessão, inflação, desemprego e pra ajudar tínhamos um presidente playboy e irresponsável que confiscou a caderneta de poupança da população, enfiou o país numa crise política e econômica terrível e estava envolvido até o pescoço num escândalo de corrupção. O reflexo disso tudo era a piora nas condições de vida. Para nós alunos recém formados ou formandos da UEL, as perspectivas eram trágicas, muitos amigos estavam, indo pra Europa, principalmente, Espanha e Inglaterra. Para ajudar o Restaurante Universitário havia fechado há pouco tempo e toda aquela galera que dependia dele teve que se virar de algum jeito. Foi assim que instituímos o rango coletivo: uma “vaca”, uma compra no sacolão e um rango na casa de amgios. Foi num desses rangos que tive a idéia de fazer um curta, a história foi surgindo na cabeça, o Guto que é meu parceiro no roteiro e direção, concordou prontamente e inseriu vários elementos. Praticamente o roteiro estava pronto no final do rango coletivo. Só faltava o mais importante: a câmera. Resolvemos isso emprestando a câmera da mãe da Maria Amélia, a Dona Chams, o elenco foi parte da galera, Maria Amélia (Psicologia), Luciana, Guto e o Dí (Jornalismo e Relações Públicas), e Eu da Geografia. Os sets de filmagens foram as repúblicas: do Guto (na Paranaguá), do Dí (na Guararapes), o lugar hoje é um esqueleto de concreto de um edifício não acabado, e do Valquir, no velho edifício José Dias Aro, que fica na Rua Benjamim Constant, ao lado do Lojão Oba Oba, as locações se encaixavam perfeitamente no roteiro. As filmagens foram realizadas em duas manhãs de sábado, o ainda novo, Chevette da Maria Amélia, fez grande parte do transporte. O curta foi finalizado no NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) da UEL. Os técnicos tiveram muita paciência para nos aguentar, ainda mais que foi tudo de graça. O custo do curta ficou praticamente em torno do valor de duas fitas virgens VHS, provavelmente um dos curtas mais baratos do mundo. Coincidentemente logo tivemos a primeira mostra de vídeo de Londrina, o curta foi inscrito e apresentado na Associação Médica e na UEL para um crítico especializado que veio especialmente para o evento, o parecer dele: “Vocês conseguiram fazer algo”... Talvez o que mereça destaque no curta ELES seja a violência que abala uma família da periferia, o roteiro traz uma surra, um suicídio e um homicídio em apenas 7 minutos, isso tudo três anos antes do Pulp Fiction de Tarantino. Para nós apenas mais um retrato do tempo que vivíamos.
LUCIANA PENA EDMILSON MOLINA MARIA AMÉLIA MELO EM “ELES”
Trilha Sonora: MARISA MONTE JOE JACKSON THE LOUNGE LIZARDS PINK FLOYD THE DOORS Técnico de Edição: CELSO Técnico de Som: VALDECIR SALVI Contra Regra: DECA VIDAL Direção e Roteiro: FÁBIO CÉSAR ALVES DA CUNHA E MÁRCIO AUGUSTO ROCHA
Trilha Sonora: MARISA MONTE JOE JACKSON THE LOUNGE LIZARDS PINK FLOYD THE DOORS Técnico de Edição: CELSO Técnico de Som: VALDECIR SALVI Contra Regra: DECA VIDAL Direção e Roteiro: FÁBIO CÉSAR ALVES DA CUNHA E MÁRCIO AUGUSTO ROCHA
O blog ta bem legal!!
ResponderExcluirOlá Valquir.
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de dizer que ainda não nos conhecemos, mas pelo seu sobrenome possivelmnte somos parentes.
Me chamo Bruno, moro em Santo André, São Paulo, e fiquei curioso sobre seu sobrenome.
Você conhece algum Fedri de São Paulo ou mesmo de sua região?
meu e-mail é brunofedri@gmail.com
Grande abraço!