1998/2000 - Kiko guitarra - Kid vocal - Ivan baixo - Lelé bateria
INICIO: Em 1995, o Bar doPOTIGUÁ, Rua Recife, 34, era considerado por muitos um autêntico boteco rock'n'roll, como muitas outras bandas que ali se formaram o TRAUMA ACÚSTICO teve seu inicio neste local, entre um gole e outro de cerveja, ficavámos planejando nossa própria banda. Eu o Kid e o Alisson, já tinhamos a pira de ter uma banda de grindcore; encontravámos nos finais de semana, no Potiguá, cada um levava sua própria fita K7 com as músicas favoritas para ouvir, era só chegar e colocar a fita na fila de espera, e em uma destas esperas, conhecemos o Marquinhos, baterista, depois de muitas cervejas e ouvir muitas "fitas", marcamos o PRIMEIRO ENSAIO.
ENSAIOS: O estúdio era na casa do Marquinhos, onde já ensaiava o ROTTEN ANGER, tocávamos covers de várias bandas hardcore aquelas que tinhamos como as favoritas: OLHO SECO, EXTREME NOISE TERROR, DOOM, isso até a gente começar a produzir nossas próprias músicas.
GRAVAÇÕES: Em 1996, gravamos a primeira, DEMO TAPE, no estúdio TINO SOM, era um estúdio totalmente analógico, gravamos e mixamos em um GRAVADOR DE ROLO, o som ficou muito bom, foi uma experiência de loucura e expectativa, por ser a primeira gravação e a realização de um trabalho, após um longo período de ensaios. Em 1997 gravamos nosso primeiro LP, um vinil split, GOODBYE TO INOCENCE com a banda Japonesa UNHOLY GRAVE, as gravações e mixagem foram feitas no estúdio GARAGEM HERMETICA, e a distribuição foi feita pelo ABSURD records, em 2000 lançamos o EP, ONE MORE BEAUTIFUL BANKET FOR DE WORMS, depois do lançamento, cada um decidiu seguir caminhos diferentes, fazer outros projetos e assim dar um tempo com a banda. No ano de 2001, resolvemos voltar com outra formação: Kid vocal, Lelé bateria, Cebola guitarra e Gustavo no baixo, depois de alguns shows com esta formação, não demorou e resolvemos parar com a banda.
SHOWS:Foram seis anos de Trauma Acústico tivemos a oportunidade de tocar com várias bandas, mas o show que realmente ficou marcado foi no FESTIVAL na ULES em 20/09/1997, com participação de nomes conhecidos do grindcore nacional, ABUSO SONORO; SUB CUT; ROT; e a banda alemã ENTRAILS MASSACRE, tocou para fechar o massacre sonoro que foi este festival, tudo organizado por CIBIÉ produções, nunca assisti estas imagens, agora vou ter a oportunidade de recordar.
ULES - 20/09/1997
Acervo - Valquir Fedri
ULES - 20/09/1997 Acervo: Valquir Fedri
Foto: formação 1996/98 - Kid vocal - Agnaldo baixo - Marquinhos bateria - Kiko guitarra Local: Gustavo's Bar hoje Bar do Potiguá - Av Celso Garcia Cid - Centro.
agradecimentos: Regina Fedri - pela edição do texto Juan Diaz - pela digitalização dos videos.
O ANO ERA 1992, estávamos mais uma vez entrando em uma década com recessão, inflação, desemprego e pra ajudar tínhamos um presidente playboy e irresponsável que confiscou a caderneta de poupança da população, enfiou o país numa crise política e econômica terrível e estava envolvido até o pescoço num escândalo de corrupção. O reflexo disso tudo era a piora nas condições de vida. Para nós alunos recém formados ou formandos da UEL, as perspectivas eram trágicas, muitos amigos estavam, indo pra Europa, principalmente, Espanha e Inglaterra. Para ajudar o Restaurante Universitário havia fechado há pouco tempo e toda aquela galera que dependia dele teve que se virar de algum jeito. Foi assim que instituímos o rango coletivo: uma “vaca”, uma compra no sacolão e um rango na casa de amgios. Foi num desses rangos que tive a idéia de fazer um curta, a história foi surgindo na cabeça, o Guto que é meu parceiro no roteiro e direção, concordou prontamente e inseriu vários elementos. Praticamente o roteiro estava pronto no final do rango coletivo. Só faltava o mais importante: a câmera. Resolvemos isso emprestando a câmera da mãe da Maria Amélia, a Dona Chams, o elenco foi parte da galera, Maria Amélia (Psicologia), Luciana, Guto e o Dí (Jornalismo e Relações Públicas), e Eu da Geografia. Os sets de filmagens foram as repúblicas: do Guto (na Paranaguá), do Dí (na Guararapes), o lugar hoje é um esqueleto de concreto de um edifício não acabado, e do Valquir, no velho edifício José Dias Aro, que fica na Rua Benjamim Constant, ao lado do Lojão Oba Oba, as locações se encaixavam perfeitamente no roteiro. As filmagens foram realizadas em duas manhãs de sábado, o ainda novo, Chevette da Maria Amélia, fez grande parte do transporte. O curta foi finalizado no NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) da UEL. Os técnicos tiveram muita paciência para nos aguentar, ainda mais que foi tudo de graça. O custo do curta ficou praticamente em torno do valor de duas fitas virgens VHS, provavelmente um dos curtas mais baratos do mundo. Coincidentemente logo tivemos a primeira mostra de vídeo de Londrina, o curta foi inscrito e apresentado na Associação Médica e na UEL para um crítico especializado que veio especialmente para o evento, o parecer dele: “Vocês conseguiram fazer algo”... Talvez o que mereça destaque no curta ELES seja a violência que abala uma família da periferia, o roteiro traz uma surra, um suicídio e um homicídio em apenas 7 minutos, isso tudo três anos antes do Pulp Fiction de Tarantino. Para nós apenas mais um retrato do tempo que vivíamos.
LUCIANA PENA EDMILSON MOLINA MARIA AMÉLIA MELO EM “ELES” Trilha Sonora:MARISA MONTE JOE JACKSON THE LOUNGE LIZARDS PINK FLOYD THE DOORSTécnico de Edição:CELSO Técnico de Som:VALDECIR SALVIContra Regra: DECA VIDALDireção e Roteiro:FÁBIO CÉSAR ALVES DA CUNHA E MÁRCIO AUGUSTO ROCHA
O primeiro contato entre as Grogues, Cegas e Violentas! foi intermediado pelo produtor desse blog, Valquir Fedri, e não podia ter acontecido em local mais propício: o ônibus que levava o pessoal de Londrina para ver o show dos Sex Pistols em São Paulo, na volta da banda, em 1996. Eu havia comprado uma Sonelli semi-acústica dos anos 1960 do Valquir e ele havia me dito que eu devia conversar sobre montar uma banda com outras duas garotas que ele conhecia, a Carol Avansini e a Cynthia Ito. O papo na estrada, regado a cerveja e adrenalina pelo evento que iria acontecer à noite, rendeu o compromisso de um encontro para conversar. Cheguei no apartamento das meninas com meia dúzia de latas de cerveja, me perguntando se eu estaria sendo inconveniente, mas fui recebida muito bem, e as cervejas foram recebidas melhor ainda (grogues!). A Carol e a Cynthia eram graduadas em jornalismo e estavam cursando Ciências Sociais na UEL. Eu fazia o terceirão no Maxi. O primeiro ensaio também não poderia ter acontecido em local mais propício: a sala de espera de uma clínica ginecológica (hoje Casillero Bar), que naquele sábado estava fechada e pertencia ao pai do Raul um amigo nosso. Aquela tentativa tosca de interpretar covers de Verme (Garotos Podres), What do I get? (Buzzcocks), Train in Vain (The Clash), entre outras, naqueles instrumentos desafinados e sem a menor técnica, foi registrada pelo Valquir em vídeo. Ah! “Sem nenhuma técnica” é exagero: eu e a Carol havíamos tido um par de aulas de guitarra e baixo com o Humberto e Rodrigo, os Cherry Bomb, e a Cynthia tinha noções de bateria.
Primeiro Ensaio sala de espera de uma clínica ginecológica (hoje Casillero Bar)
Acervo: Valquir Fedri
O primeiro show foi no quintal da casa do David, no bairro Interlagos, reduto punk na época que concentrava as casas do Roxinho, David, e mais alguns que não lembro (grogue!). Nessa época já tínhamos músicas próprias como a que leva o nome da banda, “Grogues Cegas e Violentas!”, “Azar” e “Thirsty Girl”. A propósito do nome, surgiu espontaneamente da reunião de nossas características na época: o gosto pelos etílicos, o fato de usarmos óculos e termos um comportamento um tanto agressivo com quem tivesse a péssima ideia de antagonizar com alguma das três.
Teatro Zaqueu de Melo 11/12/1997 - Acervo: Valquir Fedri
Em pouco mais que três anos de banda, evoluímos muito musicalmente, a ponto de o último show, em dezembro de 2000, no legendário 92 Graus em Curitiba, ser realmente muito bom, ao menos na minha opinião e na das pessoas que o assistiram – umas 10, no máximo.
Éramos rápidas, precisas, tínhamos estilo e criatividade, embora a técnica não passasse muito do rock'n'roll básico. Alguns deslizes haviam ficado no passado, como quando começávamos a tocar uma música diversas vezes e parávamos ao perceber que não dava certo, porque cada uma estava tocando uma música diferente (cegas!). Os shows tinham, geralmente, um público razoável e empolgado. As influências variavam do punk 77 (nacional, americano e inglês) ao rock'n'roll dos anos 60 e outras coisas obscuras que cada uma curtia. Nesses anos de banda contamos com a colaboração de muitos amigos, como os Estilhaço, os Cherry Bomb, os Cyclone Pill, que sempre nos emprestavam equipamento, instrumentos e ajudavam no som. Ou os namorados (Roxinho, Cibié, Kiko, Lucas, Pablo, Osmar, Coxinha, Luiz Teddy) que nos levavam para casa depois de uma noite catártica e nem reclamavam no dia seguinte. Muitos outros que não lembro agora (grogue!) foram imprescindíveis para que essa história tenha sido escrita. Mas se há uma marca que nos identificava mais do que as outras, era a ATITUDE. Estávamos entediadas com a cidade e com o mundo, queríamos chocar, éramos livres. Toda ideia de qualquer integrante da banda era bem-vinda, gerando um espaço de catarse (violentas!). Pixamos muros com letras dos Ramones, espalhamos isopor picado pelo Bar Potiguá, tocamos no anfiteatro do Zerão e no Teatro Zaqueu de Melo usando saias tão curtas que era provável que mesmo quem sentou nas fileiras mas distantes podia ver mais do que deveria.
Organizamos desfiles de moda punk, desprezamos a estética dominante com nossos coturnos e cabelos curtos. Desafiamos o machismo que impera até mesmo no circuito underground, deixando de nos privar de qualquer coisa que quiséssemos fazer, ainda que fosse costume restrito aos círculos masculinos. Invadimos palcos (ainda que em local não apropriado, como no show do IRA! no Clube Canadá). Ensopamos de cerveja os músicos nossos amigos (coitada da Rickenbaker do Humberto!). Pogamos. Viajamos para tocar em Curitiba, Guarulhos, Ibiporã, Cambé, Presidente Prudente. Nos orgulhávamos de não ser apenas as namoradas que seguram as jaquetas dos caras quando eles vão tocar e levam cerveja no palco para os amados. Estávamos no palco e estávamos lá para causar uma impressão. A banda acabou quando a Cynthia casou-se e foi morar um tempo no Japão. Nosso legado é uma fita-demo (Grogues, Cegas e Violentas!) e um cd-demo (We're not nice girls for them), ambos gravados em estúdio, ao vivo e reproduzidos manualmente. São gravações simples, diretas e contundentes. Assim como foi a história das Grogues nas ruas de Londrina, uma Londrina muito diferente da de hoje, onde se podia comprar vinho na Adega da rua Brasil e sair bebendo tranquilamente pelas ruas frias e cobertas de nevoeiro na madrugada. Uma época autêntica, inesquecível, sem frescuras.
Teatro Zaqueu de Melo 11/12/1997 - Acervo: Valquir Fedri
CD gravado e mixado no estúdio Dinamus em Fevereiro de 2000
por Alexandre Salton de Souza Aranha “Preto Aranha”
Os dois amigos de infância, Alexandre Salton de Sousa Aranha e Luís Carlos Greco da Silva, andavam alucinados pelas ruas de Londrina, depois do contato que tiveram com os discos Sewertime Blues, The Meteors; The Full Custom, Gospel Sounds; The Reverend, Horton Heat e alguns outros tapes da Mad Sin e coletâneas com psychobilly europeu.
Lino, apelido que Luís Carlos ganhou, com os galeritos dos anos 80, no Conjunto Habitacional Gávea, não aguentava mais ter a fama de roadie da banda K'Bides e então, não demorou para que, Lino (vocal), Preto Aranha (guitarra) e Fabrício (bateria), convidassem também Diogo Bichão (baixo) e assim, formassem THE MANIAC ROCKERS uma insana banda de rock, que, traria letras de sangue esparramado pelo chão, sexo bruto e também, por quê não, falaria mal da vizinha gorda, da casa do lado debaixo, a necessidade era tocar o som que há tempo ouvia com os amigos, nas “quebradas dos igarapé mais podre” de Londrina: o PSYCHOBILLY.
Realizamos então o primeiro ENSAIO no dia dos mortos (02/11/94) no Jardim Alvorada, na mansão que só o pai e a mãe do Fabrícião, proporcionavam para os roqueiros doidos, molecada chupeta da cabeça. Era notório para os pais dos integrantes da banda que, estes, já estariam envolvidos com coisas do tipo, alucinógeno B, mas de qualidade A, foi então que perdemos o espaço de ensaio na mansão dos Santesso, migrando então os ensaios para o Gávea, na casa do Lino.
SHOWS: a banda começava a se apresentar em vários lugares, ULES, DCE, o falecido Bar Mecenas, point da city para shows de galerosos, chácaras regadas a muitas cervejas e garotas, campeonatos de skate, foram alvos constantes de apresentações da banda e até numa “casa de shows de luz vermelha”, no Jardim Bandeirantes, onde moças lá, ficavam sem calcinha por debaixo das saias e, estas sendo de couro, não mediam mais que 25 cm. As mulheres deste prostíbulo, nunca haviam visto topetes tão arrojados e, com certeza se hoje alguém perguntasse a elas, se sabem o que é PSYCHOBILLY, elas se lembrarão daqueles quatros jovens rockers arruaceiros.
Em abril/1996, o Fabrício deixava a banda nas vésperas das gravações de quatro músicas: ATTACK OF THE BÉQUI-MEN; I´M GONNA KILL YOU; SHE´S A VAMPIRE; ANDRADE para a coletânea PSYCHORRENDO. Precisávamos de um baterista urgente, pois já tínhamos o compromisso de enviar uma fita matriz pra São Paulo/SP, iríamos participar da primeira coletânea PSYCHOBILLY do Brasil em CD, a produção já estava atrasada, aguardando apenas a gravação, dos roqueiros maníacos, do interior do Paraná. Foi aí que, após tentativas frustradas com testes e retestes, para achar um batera, Lino resolveu então assumir o vocal e a bateria. A qualidade da gravação foi considerada por muitos, uma das melhores da coletânea. Com isso, a banda se tornava novidade e saímos pra tocar nas duas primeiras edições do Psycho Fest, festival de música psychobilly, que rolou no mesmo ano.
Em dezembro/1996, Bichão foi tentar a vida no Japão e deixou a banda, Arikiller, assumiu o baixo. Nesse ano, a banda se apresentou em alguns bares da city e a realização de um show marcante foi na favela da Marizia, próxima à Avenida Brasília, ali, os galerosos, os manos e as minas, cada um com um terçado na mão, estavam preparados a furar os roqueiros maníacos, se estes errassem qualquer nota, daquele psychobilly clássico. No decorrer da apresentação, a maloqueirada de plantão viu que os roqueiros, não eram flores que se cheirasse também, afinal, nunca nenhuma banda de rock tinha tocado naquele lugar e, depois de 7; 8 músicas a caixa amplificada, do dono do bar, queimou e fomos todos pro balcão, tomar cerveja com a galera doida. Esse show ficou conhecido como LIVE IN FAVELA 96. No fim de 1996, The Maniac Rockers gravou a demo-tape, A TUMBA, que traria dois hits: “Sangue Contaminado” (atualmente interpretada pela banda, The Brown Vampire Catz) e “A Tumba” (atualmente interpretada pela banda, Billys Bastardos), esses sons rodou o Brasil afora, diante dos contatos que o Lino, mantinha através de seu fanzine, Batmozine.
Em janeiro/1998, Arikiller se desentendeu com Lino e o Theo666, ex-Frenetic Trio, assume a baixaria. A banda recomeçava os ensaios, usava a casa de amigos como estúdio, depois de algum tempo, resolvemos ir pra Rolândia, ensaiar no estúdio do Pulga, ex-Cyclone Phill. O voyaginho branco bebia muita gasolina e então, Seu João, pai do Lino, interrompeu a ajuda de custo e assim, começamos a praticar no estúdio O PORÃO.
Foi aí que, em 05/1999, Theo666 resolveu deixar a banda por divergências que, com certeza não era o tipo de som e sim, somente divergência política uma vez que, Jaime Lerner, acabava de assumir o Governo do Estado do Paraná, Preto Aranha aproveitou a carona e deu linha na pipa também. Portanto, com a saída de ambos, Lino, sozinho, não daria continuidade na sonzera, marcando assim o fim da carreira da THE MANIAC ROCKERS que, com certeza, é tida como uma das principais bandas de rock alternativo de Londrina. É Importante lembrar que, a banda contou com participações relâmpagos como as de, Maguininho (baixo); Osmar Cavera (baixo); Camurça (bateria); Beiço (bateria) e Fernando (bateria) onde, estes realizaram 2; 3 shows com a banda.
Lino - Preto Aranha - Theo666
PARA DOWNLOAD DAS 04 FAIXAS DA COLETÂNEA PSYCHORRENDO
1990/1991 – Mosquito (vocal) Agnaldo (baixo/ vocal) Ivan (bateria) Cesar (guitarra) 1991/1993 - Mosquito (guitarra/vocal) Agnaldo (baixo/vocal) Ivan (bateria) 1993/1998 - Agnaldo (Guitarra/vocal) Ivan (bateria) 1998/2000 - Agnaldo (baixo/ vocal) Ivan (Guitarra) Kiko (bateria)
Formada no CINCÃO região Norte de Londrina em meados de 1990, ROTTEN ANGER fazia um som NOISE/CORE, muito barulho, protesto e pouca melodia. ENSAIOS: Os equipamentos eram bem precários, durante alguns anos a Banda ensaiou na casa do Ivan (bateria) nos finais de semana. No repertório além de vários sons próprios, tocavam covers de Bandas como: AGATHOCLES, V.N.A., SORE TROATH, entre outras.
Ensaio 1995, Agnaldo guitarra e vocal e Ivan batera
SHOWS: A banda tocou vem vários Festivais em Londrina, além do GRUPO organizar as cinco edições do FESTIVAL UNDERGROUND, neste festival era muita zoeira e loucura, durante dois dias bandas de grind/noise core de SÃO CARLOS, FRANCA , CAMPINAS, CURITIBA, LONDRINA se revezavam no palco. O 1º FESTIVAL UNDERGROUND OCORREU NO CONJUNTO JOÂO PAES, o 2º, 3º NO CONJUNTO SEMIRAMIS, todos os três CINCO CONJUNTOS, já o 4º 5º FESTIVAL UNDERGROUND aconteceram no BAR CHAPADÂO ZONA LESTE DA CIDADE. O grande auge de shows da Banda foi no interior de São Paulo (São Carlos, São José do Rio Preto, Mirassol, Fernandópolis, Porto Ferreira, Presidente Prudente, Campinas), enfim tocamos muito durante os 10anos de banda.
Festival em Franca SP _ 1991 Mosquito guitarra e vocal, Agnaldo baixo e vocal e Ivan bateria
GRAVAÇÕES: Durante os 10 anos da banda, foram registradas várias DEMOS-ENSAIO e ao vivo em fitas K7 a última gravação foi um CD DEMO. O que mais marcou foi participar de uma COPILAÇÃO “EDGE OF PAINFULL SENSATION” (1996) gravada em VINIL nesta coletânea nome importantes do NOISE/CORE (MAYHEM DECAY CUDGEL, CONFLITO FINAL E NOISE).
texto: Ivan
Capa da coletânea EDGE OF PAINFULL SENSATION – 12¨ LP 1996 NOISE / MAYHEM DECAY CUDGEL / ROTTEN ANGER / CONFLITO FINAL DOWNLOAD: http://www.mediafire.com/?e2nhokq1ikq
Humberto Scaburi / guitarra Rodrigo Amadeu / vocal / baixo
Lucas Ricardo / bateria
Talvez, deva considerar a minha adolescência em Londrina, como algo do tipo "perdido entre o tempo e o espaço em algum paraíso jamais esquecido". Sei bem que a cidade não é mais a mesma, mas não tenho do que reclamar, deste lapso de memória, porque jamais vai parar de vir à tona em flashes, sons, odores, sabores e sensações, que de vez em quando me surpreendem em regurgitadas involuntárias.
Conheci três caras que como eu, gostavam, de ficar na beira do palco do D.C.E e do Gran Mausoléu. Isso foi no final de 1992 e começo de 1993, nesse ano, finalmente, fui expulso do colégio, após três reprovações, praticamente seguidas, além de dezenas de idas a diretoria, suspensões. Mas juro que nunca explodi banheiro nenhum, com bombas ou o diabo que o valha. Gosto de outro tipo de barulho.
Acabei levando a minha guitarra e o meu pequeno e pesado amplificador Staner, para o outro lado da cidade, pra tentar um ensaio, numa banda que não durou mais que alguns minutos. Caso tivesse dado certo, a formação relâmpago do boteco-promissor, “Teenage Depression,” teria sido moldada com o Creator na bateria, o Marcelo Galvan (ex-Fahrenheit 451) na outra guitarra, o Fabinho Punk (Depois do Fim) no baixo, além de mim. Alguns minutos de ensaio bastaram, pra descobrir, que a minha precária técnica e autoconfiança como guitarrista, não se encaixou com a deles naquele momento. Naquela noite de verão, voltei para casa, cansado e frustrado. Talvez, ali, já estivesse decidido, a não me importar tanto com a minha Gianinni Stratosonic.
Algumas semanas depois, o Marcelo, o Duda (ex-Fahrenheit 451) e o Daniel (baterista do Depois do Fim) criaram o Cyclone Pill, por outras vias, acabei sendo convidado para cantar, num ensaio de uma banda, de dois irmãos e um primo. Os caras estavam na pira, de fazer uma banda há um tempão, mas ainda não haviam definido nada.
Gravado em 1995 - Local de ensaio na Loja de Móveis Usados Boa Idéia. Acervo: Valquir Fedri
Os Spaghetties aparecem realmente como banda no final de 1994, após meses de ensaios, porres e brigas. Também pudera, a banda era, essencialmente, formada por três caras da mesma família, com mais um adolescente desbocado e arrogante. A gente ensaiava no quarto do Marco, em escaldantes tardes de domingo. A barulheira contaminava a vizinhança e o também projeto de Igreja, "Poço de Água-viva", bem em frente a casa onde ensaiávamos, na Vila Brasil. Um "amigo" até pichou, na frente, algo do tipo "Deus não é surdo”. Nosso primeiro show foi numa tarde de sexta-feira, no mesmo colégio onde havia sido expulso, um ano antes. Creio que, no fundo, precisava trazer algo de volta, dar o troco de alguma maneira menos bíblica. A gente fez acontecer e a estreia foi certeira. Tocamos bem e com confiança. Na platéia do pátio havia somente uma meia dúzia de amigos, mais um monte de gente desconhecida, andando pra lá e pra cá. Estava rolando uma gincana, mas uma turma ficou pra ver a gente, no pátio do hall de entrada. Ainda éramos uma banda cover, tocávamos somente Ramones, Sex Pistols e Buzzcocks, às vezes, The Jam.
Talvez, tivesse tanto pra falar, sobre aquele período excitante da nossa primeira banda, o que aconteceu, na sequência é outra história. Esse tipo de diversão é sempre suculento e doloroso no decorrer dos anos. Isso é Rock and Roll. Rock and Roll, significa arte, por que não liberdade e prisão em forma de devoção e paixão, altos e baixos, brigas, aventuras, trapaças e amigos pra sempre.
Rodrigo Amadeu/32 – ex-vocalista e baixista dos "The Spaghetties".
Gravado em 1995 - Local de ensaio na Loja de Móveis Usados Boa Idéia. Acervo: Valquir Fedri
ESTE DISCO É DEDICADO A TODAS AS FIGURAS QUE AINDA SAEM DE CASA PARA DANÇAR AO SOM DO ROCKNROLL. (encarte CD)
THE CHERRY BOMB - “Light Up the Town Where the Garage Takes” (2000)
Por Felipe Teixeira
Lançado numa sexta-feira 13 em plena virada de século, “Light Up The Town Where the Garage Takes” registra um Cherry Bomb diferente dos álbuns anteriores. O público presente no show de lançamento, realizado no Teatro Zaqueu de Mello, talvez aguardasse os mesmos power chords com referências explícitas à escola nova-iorquina do rock setentista. Não foi bem assim. A mudança de formação, com a entrada do baterista Rafael Moralez, e o aperfeiçoamento dos integrantes nas composições inéditas marcam uma linha divisória na discografia dos londrinenses. Logo no início, “Kinda Dream” arrebata o ouvinte com elementos formadores do DNA do Cherry Bomb: linha de vocais melódicos, refrões poderosos e o timbre agudo despido de efeitos. Clássico instantâneo com presença garantida em todos os setlists da banda. Em seguida, Humberto Scaburi (guitarra / backing vocals) extrai de sua Rickenbacker toda a pureza necessária para conduzir a dedilhados “It’s fascinatin”, cantada em tom nostálgico por Rodrigo Amadeu (voz / baixo), principal compositor do grupo. Se “Real Good Times Together” soa repetitiva, “Alone In the Back Room” empolga ao flertar com o rockabilly e “Blind Sunshine” merece ser revisitada com um arranjo mais esmerado, caso a banda retorne à atividade. “Light up the town” e “I`ll never close my heart”, apesar de novas, se assemelham à sonoridade punk rock da primeira fase. Por outro lado, “Young Mother” brilha pela literal “cantada” ao objeto de culto de Amadeu e demonstra um Cherry Bomb mais cadenciado e solto para solar. Escrita sob medida para qualquer discotecagem rock `n` roll. No final, o trio guarda “Outsider Soul”, faixa levada pelo refrão irresistível, direto ao ponto. Em clima de ensaio gravado ao vivo, “Light Up The Town Where The Garage Takes” foi produzido por Valquir Fedri (Bonus Trash) e serviu de base ao repertório de “Disconnected Satellites”, disco sucessor e último registro do Cherry Bomb até o momento.
Observações: Além das músicas citadas acima, há regravações da fita K7 “Sad Songs for Happy Girls” (faixa título, Crazy for you e Tryin` again your love), do LP “Bombs to You” (My mind turns around the city e Your name is in my brain) e do CD “The Cherry Bomb” (Number one fan, Today I lose my pride e You better find). O disco também inclui versões de “So sad about us” e “La la lies”, do Who; “I`m your man”, de Richard Hell & The Voidoids e “Foot Tapper”, dos Shadows.